suicidio - setembro amarelo

Suicídio, o que precisamos saber?

O que precisamos saber sobre o suicídio?

Setembro Amarelo – saiba mais

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O suicídio é uma das maiores causas de morte no Brasil, e ainda é considerado um assunto “tabu” para muitas pessoas, seja pelo desconhecimento no assunto ou por crenças sociais disfuncionais como: ” se falarmos no assunto vamos estimular as pessoas”.

Existem vários estudos que comprovam a eficácia da intervenção nos momentos de crise, e até mesmo a eficácia para formas de prevenção, onde os cuidados com a saúde mental são intensificados para ajudar a pessoa em sofrimento a regular suas emoções, e a reavaliar os seus pensamentos sobre si e sobre o mundo.

É importante que as pessoas estejam atentas para o fato de que: o SUICÍDIO NÃO É UMA SITUAÇÃO ISOLADA. O que significa dizer que o comportamento suicida é visto pelos estudiosos no assunto como um processo, e que sugere a divisão em 3 categorias:

1) Ideação suicida – Aparecem pensamentos, ideias e até o desejo de não viver. Algumas frases comuns nesta fase: “Não aguento mais essa vida”; “Queria sumir”; “Queria dormir pra sempre”. Nessa fase existe a intenção mas não há o planejamento para o ato. À medida que a intenção e os sentimentos de desesperança aumentam, também aumentam os planos e estratégias para a ação.

2) Tentativa de suicídio – Pode ser através da autolesão (especialmente adolescentes), ingestão indevida de medicação com o intuito de provocar consequências físicas. Abuso de substâncias químicas (álcool e outras drogas). Aumento de atividades de risco (dirigir em alta velocidade). Nessa fase os pensamentos já estão desorganizados, há uma enorme dificuldade para desenvolver respostas mais adaptativas para as situações de crise e sofrimento, há uma forte desesperança associada a outras emoções, e o comportamento suicida envolve ações para tentar minimizar o sofrimento. Nesse período algumas pessoas podem tentar organizar documentos, se despedir de pessoas próximas. Algumas frases comuns: “Não sou mais quem eu era”; “Tudo ficará melhor sem mim”.

3) Suicídio consumado – Pode acontecer após várias tentativas, ou na primeira, e é letal.

No entanto, é possível que tentativas ou a consumação do ato aconteça também de forma impulsiva, sem passar pelo processo acima (ideias e planejamento).

QUAIS OS MOTIVOS QUE LEVAM UMA PESSOA AO COMPORTAMENTO SUICIDA?

É importante entender que o comportamento suicida pode estar associado à crises situacionais ( uma situação inesperada que surgiu), ou uma junção de fatores como ambientais, sociais, fisiológicos e biológicos. A pergunta feita por tantos familiares enlutados sobre o “porquê” não é algo que possa ser respondido analisando apenas um dos fatores.

ALGUNS FATORES DE RISCO PARA O SUICÍDIO:

*Transtornos mentais (depressão, ansiedade, transtornos de personalidade como borderline, narcisista e anti-social);

* Fatores sociodemográficos ( pesquisas apontam para maior incidência em: sexo masculino, faixa etária entre 15-35 anos e acima de 75 anos, residentes em áreas urbanas, desempregados, aposentados, isolados socialmente, solteiros ou separados e migrantes);

* Fatores psicológicos ( em casos de perdas recentes, dinâmica familiar conturbada, datas importantes, personalidade com traços significativos de impulsividade, agressividade, humor lábil);

* Condições clínicas incapacitantes ( doenças orgânicas incapacitantes, dor crônica, lesões desfigurantes perenes, epilepsia, trauma medular, neoplasia malignas, Aids).

Por isso é tão importante falarmos sobre as emoções, sobre as dificuldades da vida, e reduzir o próprio peso do julgamento e da autocrítica e também diminuir o peso de quem está próximo. Uma mesma pessoa que já enfrentou desafios em algum momento pode estar mais fragilizada em outro contexto.( Até mesmo pelo acúmulo de traumas e situações desafiadoras).

É importante ter atenção para a falsa ideia de que é possível “resolver tudo sozinho”, ou de que “as coisas não vão sair do controle”. Esses pensamentos somados à dificuldade para gerenciar as próprias emoções e a dificuldade para desenvolver um comportamento mais adaptativo em situações de crises podem trazer danos a sua saúde e até mesmo à vida!

COMO A PSICOTERAPIA PODE AJUDAR?

A psicoterapia para pacientes com comportamento suicida acolhe de forma respeitosa o sofrimento do paciente e oferece uma escuta atenta. Durante os atendimentos são desenvolvidas estratégias e repertório para a resolução de problemas, para o autoconhecimento, para o aumento da autoestima, para a modificação de comportamentos disfuncionais; buscando uma melhora na comunicação na identificação dos sentimentos, melhor interação social e consequentemente na qualidade de vida. Procure uma ajuda, agende um horario.

COMO ALGUÉM QUE NÃO É PROFISSIONAL, PODE AJUDAR ALGUÉM COM COMPORTAMENTO SUICIDA?

* Acolher e convidar para uma conversa em local adequado, onde possa ser mantida a privacidade;

* Estar disposto para uma conversa demorada, sem pressa;

* Não preocupe-se em falar, o MAIS IMPORTANTE É OUVIR!

Ouça com cordialidade, sem julgamentos, com empatia e respeito e cuidado com as informações recebidas (não repasse, a não ser em sigilo para um profissional para pedir ajuda).

*Demonstre seu interesse e preocupação, oferecendo ajuda para que a pessoa possa encontrar apoio profissional adequado.

Para finalizar, cuidado com os mitos: ” Quem fala não faz”, ” Só tá querendo chamar atenção”, “Está ameaçando suicídio só para manipular”.

DICA:

Familiares e amigos de pessoas com comportamento suicida podem ter medo de não saber como reagir ou até mesmo o que dizer. Por isso lembre-se que OUVIR é o mais importante! Acolher e demonstrar interesse pela pessoa que está sofrendo, ser franco para admitir que não sabe o que fazer mas que juntos podem buscar ajuda profissional!

Se você estiver precisando de ajuda ligue 188 ou acesse o cvv

Mara Pita – Psicóloga

CRP:04/35.171

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